A curiosa origem das palavras e expressões utilizadas no nosso dia a dia.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Lisboa

.









A origem do topónimo "Lisboa" é incerta.


Os fenícios instalaram uma feitoria, no século VIII a. C,  no actual local de Lisboa e chamaram-na de "Allis Ubbo" (enseada amena).


Depois foram os gregos. A lenda pretende que foi Ulisses que fundou a vila, no entanto a verdade é que o rei de Ítaca aportou na Andaluzia.



A propósito desta lenda, consta que existia um reino conhecido pelo nome de Ofiusa, um lugar distante, próximo a um grande oceano pouco conhecido. Ofiusa significava "Terra de serpentes". Este reino era governado por uma rainha, meio mulher, meio serpente. Tinha um olhar feiticeiro e voz meiga.


Ninguém ousava por os pés nesse reino, pois seriam comidos pelas serpentes da rainha. Durante muito tempo ninguém se atreveu a entrar nesse reino e os poucos que se arriscavam eram seduzidos pela rainha e nunca mais retornavam.


Um dia, vindo de muito longe, um herói chamado Ulisses aportou na Terra das serpentes. A rainha apaixonou-se por ele e não o queria deixar partir. Ulisses fingiu deixar-se enfeitiçar pelos encantos da rainha. Assim que os seus barcos estavam abastecidos e os seus homens descansados, acabou por se ir embora.


A rainha correu desesperadamente atrás dele e dizem que os seus braços serpenteando atrás do herói acabaram por formar as sete colinas rumando em direcção ao mar.



Mais tarde a cidade cresceu e passou a chamar-se "Olisipo", palavra de origem fenícia, não se sabendo a origem de "oli", sendo que "ipo" significa fortaleza.


A cidade estendia-se desde a colina onde hoje se encontra o Castelo São Jorge até ao rio chamado de "Daghi" ou "Taghi" que significava "boa pesca", actualmente Tejo.


Os romanos, em 205 a.C., mudaram-lhe o nome para "Felicitas Júlia" e mais tarde para "Olisipo Felicitas Júlia". A cidade passa a fazer parte da Lusitânia, tendo como capital Eméritas Augusta (actual Mérida, em Espanha).


Após as invasões dos Alanos, Vândalos,  Suevos e Visigodes, os Árabes conquistam Lisboa sem qualquer luta e chamam-na de Al-Usbuna.


O nome evolui ainda sucessivamente para Lisipona, Lisibona, Lisbona, Lixboa e finalmente para Lisboa depois da conquista da cidade por D. Afonso Henriques em 1147.


Ainda de referir que no período árabe, em frente a Al-Usbuna (Lisboa), na margem oposta do Tejo, erguia-se a fortaleza de Al-Madan, actual Almada.







.

2 comentários:

  1. E "Madan" que, por sua vez, quer/queria dizer, em árabe, "mina" (devido a uma mina de ouro que havia no concelho).

    Muito interessante colocação.

    Aprendi muito mais do que já sabia, sobre a origem da cidade onde nasci.

    Pena que, ao fim de tanta história, tenha dado no que deu... (A capital da cultura mais decadente da Europa Ocidental...)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tens toda a razão:

      A designação de Almada é proveniente das palavras árabes Al-Madan, a "mina", pelo motivo de que, aquando do domínio árabe da Península Ibérica, os árabes procediam à exploração do jazigo de ouro da Adiça, no termo do Concelho. A zona de Almada foi igualmente escolhida pelos árabes para a construção de uma fortaleza no promontório natural, sendo esta destinada à defesa e vigilância da entrada no rio Tejo, em frente de Lisboa, desenvolvendo-se a povoação nos domínios da defesa militar, da agricultura e da pesca. Almada, uma das principais praças militares árabes a sul do Tejo, foi conquistada pelas forças cristãs de D. Afonso Henriques em 1147

      Eliminar