Esta expressão designa uma situação, de surpresa ou descalabro, actualmente é sobretudo usada, por ironia, quando se receiam consequências graves de causas sem importância.
Historicamente, o Carmo e a Trindade eram as duas áreas que constituíam a antiga freguesia lisboeta do Sacramento. Trata-se de uma das mais antigas e históricas freguesias de Lisboa, onde se situavam os dois conventos dessas mesmas invocações. Um convento seria carmelita (o Carmo) e outro trinitáriio (a Trindade)
Esta expressão deve-se ao facto de durante o terramoto de 1 de novembro de 1755, dia de Todos-os-Santos, desabaram com grande estrondo. Quando os habitantes de Lisboa descobriram qual tinha sido a verdadeira causa de tal barulheira, disseram: "Caiu o Carmo e a Trindade". Isto é, desabaram os conventos do Carmo e da Trindade.
O Convento do Carmo, fundado nos finais do século XIV por D. Nuno Álvares Pereira sofreu danos profundos que até aos dias de hoje nos chegaram, nunca tendo sido reconstruído. Nele estão os túmulos góticos de D. Fernando Sanches e do rei D. Fernando I.
Convento do Carmo da Ordem dos Carmelitas |
O Convento da Trindade, foi edificado entre os séculos XIII e XIV com a protecção da Rainha Santa Isabel, após o terramoto e o incêndio subsequente, ficou praticamente destruído. Em 1838 dá-se início, no local, à construção do prédio actual destinado desde logo a cervejaria.
Situado sobre um antigo convento, o primeiro andar deste edifício acolhe agora a célebre Cervejaria Trindade, que ocupa o antigo refeitório do Convento. |
Outra expressão remete para esse mesmo sismo de 1755: "Resvés Campo de Ourique", surgiu pelo facto do mar ter invadido Lisboa e chagado às imediações do Campo do Ourique.
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