A curiosa origem das palavras e expressões utilizadas no nosso dia a dia.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Lua de Mel

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A "lua de mel" é o período de celebração privada que sucede ao casamento, por parte de um casal.


Existem várias teorias quanto à origem da expressão "lua de mel", contudo duas serão as mais plausíveis.


Esta expressão baseia-se num costume com mais de 4 000 anos, que terá tido origem na Babilónia, em que durante o primeiro mês após o casamento o pai da jovem esposa oferecia ao genro uma bebida doce à base de cerveja.


Esta cerveja, o "mead" ou "hidromel", era fabricada à base de mel e proveniente da transformação dos açucares do mel em álcool.


Como o calendário era lunar, o consumo dessa bebida por parte do recém-casado durante um mês, chamado "mês do mel", transformou-se na expressão "lua de mel".


O hidromel tinha uma conetação divina por possuir virtudes virilizantes e fertilizantes.



A outra versão para a origem da expressão lua de mel aparece na Idade Média, que por razões de calendário agricola, os casamentos eram celebrados sobretudo durante o mês de junho, em que após semear, os homens dispunham de um períodode baixa actividade em que deviam aguardar as colheitas.


Nesta fase do solstício de verão, nos campos apenas era efectuada a colheita de mel.


É também nas fase do ano que a lua cheia, quando está mais perto do horizonte parece ter um diâmetro maior e uma coloração cor de mel. Este período terá sido assim chamado, quando aplicado aos jovens noivos de lua de mel.



As primeiras citações desta expressão, em 1522, são inglesas "honeymoon", só dois séculos mais tarde é aparece no francês "lune de miel" e mais tarde noutras línguas entre as quais em português.







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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Guardar a sete chaves

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Esta expressão popular significa: guardar algo com muita segurança e sigilo.


Tem origem no século XIII, quando os Reis de Portugal para guardar jóias ou documentos importantes da corte, fechavam-nas num báu com quatro fechaduras e distribuiam as chaves por quatro altos funcionários do reino.


O número sete (em vez de quatro) passou a ser utilizado, na expressão popular, devido ao seu valor místico, passando assim a utilizar-se "guardar a sete chaves".


O sete tem um significado místico nas religiões primitivas, como a babilónica e egípcia. As referências ao sete são numerosas: 7 dias da semana, 7 colinas de Roma, 7 cores do arco-íris,...


A palavra "chave" vem do latim "clavus" que queria dizer "prego", dado que inicialmente as primeiras fechaduras que foram usadas em Roma consistiam em duas argolas, uma em cada aba da porta, e entre elas passava um prego.


O nome de prego ("clavus") mudou ligeiramente para "clavis" que originou a palavra "chave".


Pensa-se que a palavra "clitóris" deriva do grego "kleitoris", cujo diminutivo "kleis" significa "chave".







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Paciente

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Paciente, além de significar aquele que sabe esperar, também designa aquele que está sob tratamento médico ou hospital.


Neste contexto, paciente tem um sentido mais lato do que doente. Paciente é aquele que vai ao médico, que vai fazer exames de rotina, podendo ir às consultas estando ou não doente.


A palavra paciente vem do latim "patientem", que quer dizer "o que sofre, o que padece".


O sentido primitivo pode ser encontrado na gramática, onde se diz na forma passiva, o sujeito que "sofre" a acção do verbo é o "sujeito paciente".


Foi introduzido no vocábulo inglês "patient" no século XIV, proveniente do francês antigo, tendo a mesma origem latina.






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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Ortopedia

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A ortopedia é uma especialidade médica que trata do sistema locomotor e da coluna vertebral compreendendo todos os ossos, articulações, ligamentos músculos e tendões.


A palavra só aparece pela primeira vez em 1741, num livro de Nicolas Andry de Boisregard, já com 81 anos de idade, professor de medicina em Lyon (França): "Orthopaedia: or the Art of Correcting and Preventing Deformities in Children".


A palavra é composta por duas palavras gregas "orthos" (recto, direito) e "paideia" (criança) dado que inicialmente destinava-se à prevenção e correcção das deformidades do corpo das crianças.


No seu livro, relata meios simples que podem ser postos em prática pelos próprios pais para prevenir e corrigir deformidades nas crianças. Ele estava interessado nas deformidades do esqueleto das crianças, que acreditava serem devidas à falta de postura e encurtamento muscular.


O homem prehistórico já aplicava nas fracturas de um membro repouso e mobilização precoce, mais tarde terá utilizado uma tala para estabilizar a fractura.


No Egipto além das talas de bambu, cana ou ou madeira, também já se utilizavam muletas.


Na Grécia antiga, Hipócrates descrevia nos seus livros, "Corpus Hippocraticum", as articulações e até as reduções das luxações do ombro, joelho ou cotovelo. Já tinha uma compreensão completa das fracturas e utilizava os princípios de tracção e contracção, tendo desenvolvido talas especiais para fracturas da tíbia semelhantes às actuais fixações exteriores.


Durante o período romano foram desenvolvidas próteses artificiais: pernas, mãos e pés de madeira e ferro.


Os árabes desenvolveram no século X o uso do chamado gesso-de-Paris, produzido com pó de sulfato de cálcio desidratado e adição de água para produzir um material cristalino duro. As fracturas era assim imobilizadas e cobertas de gesso até consolidação.


Após um período de obscurantismo durante a Idade Média, no século XII foi retomada a dissecação humana e os textos gregos começaram a ser traduzidos do árabe para o latim, até que no século XVI se iniciou uma nova era da medicina com Ambroise Paré, considerado o pai da cirurgia.








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Caramelo

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No século VII a.C. os árabes envadem a Pérsia e ficam com o domínio do cultivo e do comercio da cana de açúcar. Exportam-na para o Egipto, África do norte, sul de Espanha e Chipre.


Ao purificar o xarope de açúcar obtêm um produto escuro e pegajoso ao qual chamam "Khurat Al Milh" (xarope de açúcar) que deu origem à palavra "caramelo" em português, adoptada pelo espanhol e ulteriormente pelo francês e inglês "caramel".


Consta que os árabes o utilizavam como depilatório nos seus harém.


Os egípcios purificaram ainda mais o açúcar com cal. Na Idade Média o açúcar foi exportado para toda a Europa, sendo que no início era extremamente caro e vendido apenas nos boticários.


O açúcar terá aparecido na Índia 6 000 a.C. onde era utilizado para tempero e remédios, até essa altura era o mel que servia de adoçante.


Quando Alexandre o Grande chegou à Índia verificou a existência desse pó branco, curiosamente parecido com o sal mas doce e chamou-lhe "sal indiano".


Mais tarde, os árabes designaram-no por "Al zukkar" que deu origem à palavra "açúcar".


Durante a Idade média, foi Veneza que assegurava o seu abastecimento proveniente do Médio Oriente e Índia Oriental, era por isso considerada a capital do açúcar, capital essa que passou a ser Lisboa no fim da Idade Média.


No norte da Europa o aprovisionamente era assegurado por Bruges, passando depois a ser Antuérpia e de seguida Amesterdão.


Algumas fontes referem que caramelo vem do latim "cannamellis" de "canna" + "mel/mellis", que por sua vez teria origem no grego "canna" e "mel".


A palavra "caramelo" existe pouco alterada em quase todas as línguas: "karamel" (em alemão, checo, dinamarquês, indonésio, azeri, turco,..), "Karmel" (em polaco),"karamelo" (em tagalog) ou "kyarameru" (em japonês).





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