A curiosa origem das palavras e expressões utilizadas no nosso dia a dia.

sábado, 31 de outubro de 2015

Ter cacau

.











"Ter cacau" significa em linguagem popular "ter dinheiro".


No início do século XIX, durante a colonização portuguesa, São Tomé dedicou-se à produção de café e de cacau, duas plantas trazidas do Brasil. Inicialmente, o grande protagonista foi o café.


No entanto na década de 1880, deu-se uma queda abrupta do preço mundial do café. Foi então que o cacau se tornou na principal produção desse arquipélago.


São Tomé era então o maior produtor mundial de cacau que proporcionava lucros bastante compensadores.


A exuberância com que os roceiros de São Tomé exibiam em Lisboa as seus meios de fortuna faria que, popularmente, "ter cacau" se tornasse, em português, sinónimo de ter riqueza, de nadar em dinheiro.


O nome científico do cacau é "Theobroma cacao" e foi atribuído, em 1973, pelo botânico sueco Carl Linnaeus aquando da sua publicação do seu famoso livro "Species Plantarum". O termo Theobroma vem do grego "theo" (Deus) e "broma" (alimento), sendo portanto o "alimento dos Deuses".


A palavra "chocolate" deriva do asteca "xocolati" ou "xococ" que significa "amargo" e "ati" (água).







.


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Halloween

.












Halloween é uma festa celta com mais de 2500 anos: o Samhain que significa "Final do Verão". No antigo ano novo celta, é o início da estação da cidra, um rito solene e o festival dos mortos.


Na língua gaélica actual, Samhain traduz-se por "Novembro". Nos celtas o ano acabava nos finais de Outubro, num dia de lua cheia e esta festa significava o início de um novo ano.


O calendário celta era lunar (e não solar como o gregoriano) as festas não tinham portanto uma data fixa, foi por comodidade que o dia de Halloween foi fixado no dia 31 de Outubro.


A festa de Samhain era o momento em que os espíritos dos seres amados já falecidos deviam ser honrados. Acreditava-se que era o período em que os mortos voltavam para passear entre os vivos. Por essa razão, deixavam a porta de casa entre-aberta, um lugar desocupado à mesa e lanternas acesa ao longo dos caminhos.


Como muitas das principais festas celtas, desenrolava-se durante sete dias: os três primeiros celebrava-se os heróis, os três últimos era em memória de todos os defuntos, à volta do dia da lua cheia.


Na véspera da noite de Samhain, os druidas acendiam um grande fogo sagrado esfregando ramos secos do carvalho sagrado e espalhavam esse fogo nos montes à volta das aldeias para afugentar os espíritos maléficos. Cada pessoa devia apagar o lume da sua lareira e levava algumas brasas deste novo fogo para acender um novo fogo sagrado nas suas habitações que mantinha aceso até à próxima festa de Samhain.


Estas festas eram acompanhadas de rituais, cânticos e banquetes.


Esta tradição celta não desapareceu com a colonização romana e depois com a religião católica. Em 840, como forma de cristianizar Sainhain, o Papa Gregório IV faz do 1 de Novembro o dia de Todos os Santos, sendo que dia 2 de Novembro será o dia dos finados (dia dos Mortos).


Com a fome provocada pela doença da batata, entre 1846 e 1848, muitos irlandeses emigraram para os Estados Unidos e levaram com eles muitas lendas. Uma dessas lendas é a de "Jack O'lantern", que quando bêbado desafiou o diabo e foi expulso do paraíso quando morreu, sendo condenado a vaguear eternamente com uma lanterna. Esta era constituída por um nabo que ele estava a comer onde colocou no seu interior uma vela para que não se apagasse.


O nabo foi substituído por uma abóbora, originária do continente americano, por ser mais fácil de esculpir.


Só no fim do século XIX é que Halloween se tornou numa festa nacional nos Estados Unidos. Só nos anos de 1990 é que esta festa foi introduzido na Europa com um aspecto puramente comercial e já sem qualquer magia.


O termo Halloween é a contração da expressão inglesa "All Hallows Eve" (ou "All Hallows Even") que significa "a véspera de todos os santos".







.