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A francesinha tornou-se num dos pratos típico do Porto. É constituída por fatias de pão de forma recheado com linguiça, salsicha fresca, outras carnes frias, fiambre e habitualmente bife de vaca, coberto com queijo derretido, guarnecida com um molho que leva vários ingrediente dos quais tomate, cerveja, vinho do Porto e piri-piri.
A receita baseia-se numa receita tipicamente francesa chamada "croque-monsieur", muito consumido nos cafés franceses, daí muita gente pensar que teve origem França, e trazida para Portugal durante as invasões francesas, pois já as tropas de Napoleão comiam pão de forma com vários tipos de carne e muito queijo.
Na realidade, o inventor da Francesinha foi Daniel David da Silva, natural de Terras de Bouro, que veio para Lisboa ainda jovem e emigrou depois para a Bélgica e mais tarde para França, foi nesse país que se inspirou do "croque-monsieur" para criar mais tarde a sua receita em Portugal.
Foi Abrantes Jorge, proprietário do Restaurante Reboleira, na Rua do Bonjardim, no Porto, que convenceu Daniel David da Silva a confeccionar o prato em questão, estava-mos em 1953.
Mulherengo, achava que as mulheres portuguesas era pouco desinibidas comparadas com as francesas, como o molho do prato que inventou era bastante picante, e como gostaria que as mulheres portuguesas fossem tão "picantes" como as francesas, decidiu chamar ao prato francesinha.
Os homens, sobretudo solteiros, consumiam-as ao lanche ou noite dentro
após, por exemplo uma sessão de cinema. Não sendo considera
um prato, a francesinha era servida sem grandes luxos, frequentemente ao
balcão.
Inicialmente eram apenas os homens que as comiam, pois as mulheres ariscavam-se a ficar mal vistas por o molho ser picante, e por a sabedoria popular achar que tal condimento provocava alterações comportamentais de cariz sexual. Foi só na década dos anos 70 que as mulheres começaram a aderir ao prato criado cerca de 20 anos antes.
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A curiosa origem das palavras e expressões utilizadas no nosso dia a dia.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Para inlês ver
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"Para inglês ver" é uma expressão usada como significante de mostrar algo apenas pela aparência, algo que não se deve levar a sério pois é fabricado ou encenado para uma dada ocasião.
Portugal foi pioneiro do abolicinismo (1761), mas foi a Inglaterra que a partir de 1830, lançou uma campanha contra os países importadores de escravos, e em particular contra o Brasil.
O marquês de Pombal aboliu a escravatura, em Portugal e nas colónias, através de uma lei de 12 de fevereiro de 1761. Mas a verdade é que o tráfico de escravos continuou a fazer-se, ainda que mais reservado.
Pressionado pela Inglaterra, que tinha proibido a escravatura nas suas colónias em 1807, o Brasil aprovou leis que impedissem o tráfico de escravos, emitidas pelo Governo da Regência em 1831, que nunca chegaram a ser levadas à prática, todos sabiam que não seriam cumpridas. Assim essas leis foram criadas apenas "para inglês ver".
No Brasil, só em 1852, uma segunda lei promulgada pelo Imperador D. Pedro II veio erradicar definitivamente o uso económico da escravatura.
Uma outra explicação, muito menos provável, atribui a expressão aos tempos das invasões francesas, e após a partida da família real portuguesa para o Brasil. Portugal passou a ser uma espécie de protectorado inglês que assumiu o comando da máquina militar portuguesa.
Habituados a serem muito metódicos, encontraram um país muito desorganizado. Pressionados pelos ingleses a apresentarem leis ou relatórios, os portugueses organizavam tudo por escrito apenas para demonstrar que estava tudo bem, sabendo muito bem que não seriam cumpridos, era feito apenas "para inglês ver".
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"Para inglês ver" é uma expressão usada como significante de mostrar algo apenas pela aparência, algo que não se deve levar a sério pois é fabricado ou encenado para uma dada ocasião.
Portugal foi pioneiro do abolicinismo (1761), mas foi a Inglaterra que a partir de 1830, lançou uma campanha contra os países importadores de escravos, e em particular contra o Brasil.
O marquês de Pombal aboliu a escravatura, em Portugal e nas colónias, através de uma lei de 12 de fevereiro de 1761. Mas a verdade é que o tráfico de escravos continuou a fazer-se, ainda que mais reservado.
Pressionado pela Inglaterra, que tinha proibido a escravatura nas suas colónias em 1807, o Brasil aprovou leis que impedissem o tráfico de escravos, emitidas pelo Governo da Regência em 1831, que nunca chegaram a ser levadas à prática, todos sabiam que não seriam cumpridas. Assim essas leis foram criadas apenas "para inglês ver".
No Brasil, só em 1852, uma segunda lei promulgada pelo Imperador D. Pedro II veio erradicar definitivamente o uso económico da escravatura.
Uma outra explicação, muito menos provável, atribui a expressão aos tempos das invasões francesas, e após a partida da família real portuguesa para o Brasil. Portugal passou a ser uma espécie de protectorado inglês que assumiu o comando da máquina militar portuguesa.
Habituados a serem muito metódicos, encontraram um país muito desorganizado. Pressionados pelos ingleses a apresentarem leis ou relatórios, os portugueses organizavam tudo por escrito apenas para demonstrar que estava tudo bem, sabendo muito bem que não seriam cumpridos, era feito apenas "para inglês ver".
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Viver à grande e à francesa
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Viver à grande e à francesa é uma expressão que significa viver com luxo e ostentação.
Esta expressão popular é utilizada desde a primeira invasão francesa, em 1807, devido ao modo luxuoso como vivia o general Junot e os seus acompanhantes em Lisboa.
Junot, nomeado Duque de Abrantes, estabeleceu residência e quartel-general em Lisboa, no palácio do Barão de Quintela, na rua do Alecrim, ao Chiado. Os seus oficiais instalaram-se em casa de nobres e da burguesia de Lisboa, exigindo cama, mesa e roupa lavada.
Passeavam garbosos, em uniforme de gala e frequentavam o teatro de S. Carlos com as damas de alta sociedade.
Junot e o general Delaborde, comunicaram ao Senado da Câmara de Lisboa que viriam de bons olhos o pagamento de uma gratificação pela protecção da capital. A exigência foi aceite, e durante seis meses, Junot recebeu 16 contos e 800 mil réis, enquanto o general Delaborde recebeu 4 contos.
Para a época isto representava uma quantia milionária que lhes permitia "viver à grande e à francesa".
Outras expressão da época das invasões francesas:
Ficar a ver navios
Com a intenção de prender Dom João, o general Junot entrou em Portugal e em marcha forçada tentou chegar a Lisboa, mas o príncipe regente e a Corte portuguesa já tinham embarcado rumo ao Brasil.
Junot terá ficado no alto de Santa Catarina, em Lisboa, a ver os navios a passar a barra do Tejo.
Outra versão para a mesma expressão terá origem na esperança de ver o rei Dom Sebastião um dia voltar, para isso multidões juntavam-se no alto de Santa Catarina a ver os navios que chegavam, confiantes no regresso do rei.
Ir para o maneta
Henri Loison era um general francês que durante as invasões a Portugal exercia uma repressão impiedosa.
Tinha perdido o braço esquerdo num acidente de caça e logo recebeu a alcunha de "o maneta", ser alvo da sua repressão era coisa que ninguém desejava, logo a expressão ir para o maneta.
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Viver à grande e à francesa é uma expressão que significa viver com luxo e ostentação.
Esta expressão popular é utilizada desde a primeira invasão francesa, em 1807, devido ao modo luxuoso como vivia o general Junot e os seus acompanhantes em Lisboa.
Junot, nomeado Duque de Abrantes, estabeleceu residência e quartel-general em Lisboa, no palácio do Barão de Quintela, na rua do Alecrim, ao Chiado. Os seus oficiais instalaram-se em casa de nobres e da burguesia de Lisboa, exigindo cama, mesa e roupa lavada.
Passeavam garbosos, em uniforme de gala e frequentavam o teatro de S. Carlos com as damas de alta sociedade.
Junot e o general Delaborde, comunicaram ao Senado da Câmara de Lisboa que viriam de bons olhos o pagamento de uma gratificação pela protecção da capital. A exigência foi aceite, e durante seis meses, Junot recebeu 16 contos e 800 mil réis, enquanto o general Delaborde recebeu 4 contos.
Para a época isto representava uma quantia milionária que lhes permitia "viver à grande e à francesa".
Outras expressão da época das invasões francesas:
Ficar a ver navios
Com a intenção de prender Dom João, o general Junot entrou em Portugal e em marcha forçada tentou chegar a Lisboa, mas o príncipe regente e a Corte portuguesa já tinham embarcado rumo ao Brasil.
Junot terá ficado no alto de Santa Catarina, em Lisboa, a ver os navios a passar a barra do Tejo.
Outra versão para a mesma expressão terá origem na esperança de ver o rei Dom Sebastião um dia voltar, para isso multidões juntavam-se no alto de Santa Catarina a ver os navios que chegavam, confiantes no regresso do rei.
Ir para o maneta
Henri Loison era um general francês que durante as invasões a Portugal exercia uma repressão impiedosa.
Tinha perdido o braço esquerdo num acidente de caça e logo recebeu a alcunha de "o maneta", ser alvo da sua repressão era coisa que ninguém desejava, logo a expressão ir para o maneta.
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Olhos de lince
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Ter "olhos de lince" significa que uma pessoa vê muito bem, que tem uma visão apurada. Porem, esta expressão não tem nada a ver com este felino, tem a sua origem na mitologia grega.
Conta a lenda, que Linceu, piloto da expedição dos "argonautas", grupo composto por 56 heróis da mitologia grega, embarcaram no navio Argo para conquistar o Tosão de Ouro (a lã de ouro do carneiro alado Crisómalo), a seu bordo, Linceu tinha uma visão tão apurada que podia ver através de uma parede de pedra o seu interior e os potenciais tesouros escondidos.
Dizia-se então que uma pessoa que tinha uma excelente visão, que tinha "olhos de Linceu". Foi a confusão entre Linceu e o nome do felino, lince, que na linguagem popular, provocou a criação da expressão "ter olhos de lince".
Trata-se portanto de um parónimo, isto é palavras de significado diferente, mas de forma parecida na pronúncia e na escrita.
O lince apesar de possuir capacidades visuais cerca de seis vezes mais apuradas do que o ser humano, não tem uma visão excepcional para um animal nocturno, na caça utiliza a percepção de movimentos e sobretudo a sua audição muito apurada.
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Ter "olhos de lince" significa que uma pessoa vê muito bem, que tem uma visão apurada. Porem, esta expressão não tem nada a ver com este felino, tem a sua origem na mitologia grega.
Conta a lenda, que Linceu, piloto da expedição dos "argonautas", grupo composto por 56 heróis da mitologia grega, embarcaram no navio Argo para conquistar o Tosão de Ouro (a lã de ouro do carneiro alado Crisómalo), a seu bordo, Linceu tinha uma visão tão apurada que podia ver através de uma parede de pedra o seu interior e os potenciais tesouros escondidos.
Dizia-se então que uma pessoa que tinha uma excelente visão, que tinha "olhos de Linceu". Foi a confusão entre Linceu e o nome do felino, lince, que na linguagem popular, provocou a criação da expressão "ter olhos de lince".
Trata-se portanto de um parónimo, isto é palavras de significado diferente, mas de forma parecida na pronúncia e na escrita.
O lince apesar de possuir capacidades visuais cerca de seis vezes mais apuradas do que o ser humano, não tem uma visão excepcional para um animal nocturno, na caça utiliza a percepção de movimentos e sobretudo a sua audição muito apurada.
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